sexta-feira, 22 de junho de 2012

Aprendi acreditar no amor novamente


 Capitulo 6



 (O Sorvete)



Já se fazia duas semanas, e eu nessa de ir com o Neto para a escola e voltar para casa, minha mãe havia adorado a idéia – preguiçosa. Pensando agora, faltava um mês e quatro semanas para o aniversario do Lupe.
Ele me enviou o convite por email antes de ontem, eu respondi, mesmo não sabendo se vou ou não.
-
A aula de sexta acabou, e fui para o carro de Neto.
- Vamos? – disse ele, entrei no carro.
Ele ligou o carro, e estávamos indo por um caminho diferente.
- pra onde vamos? – perguntei confusa.
- a sorveteria.
- minha mãe vai brigar, acho melhor ir para casa.
- relaxa, eu já falei com ela. – fiquei boquiaberta. – além do mais, você vai adorar.
-
Ele me trouxe em uma sorveteria onde o tema era o romantismo, músicas calmas, Legião, Cazuza, Coldplay , Queen, The Beatles.
- gostou? – ele me encarou, depois de termos nos acomodado no balcão.
- ta brincando né? Segundo melhor lugar da minha vida.
- segundo? Por que segundo? – ele franziu o cenho enquanto chamava o balconista.
- eu ainda não encontrei algo que pudesse ser o primeiro. – ele riu do meu jeito. – semana retrasada eu te deixei sem resposta.
- sem resposta? – me fiz de desentendida – quero de flocos – disse ao balconista, que era um velho gordo e branco, de óculos redondos e cabelos grisalhos.
- dos meus relacionamentos passados – ele fez cara de que havia entendido o meu joguinho, e as covinhas mais uma vez apareceram. – Lembra?
- assim, claro, vai responder?
- bom, primeiro, eu nunca tive um relacionamento serio, só namoricos de adolescente, e foram um ou três no máximo, segundo é que eu procuro um amor verdadeiro – ele me olhou, como se fosse uma indireta.
- boa sorte na procura – coloquei granulado no sorvete.
- se eu te pedisse em namoro você aceitaria? – eu quase engasguei.
- isso é um pedido de namoro? – disse pausadamente em meios as minhas tosses, virei para ele.
- não, é “se” eu te pedisse, não estou te pedindo. – ele deu de ombro arrumando meu cabelo do lado esquerdo.
- ata, depende. – deixei-o curioso.
- do que? – ele franziu o cenho novamente.
- se você merecer, quem sabe. – rebati.
- mas agora? Eu mereço? – afinal, o que ele queria com isso? Deixando-me sem saída.
- você não tem motivos para merecer? Se não, então não posso dizer. – ele sorriu, fazendo entender de que eu sabia me defender de suas “jogadas verdes para colher o maduro”.
Acho que aquela altura ele já havia percebido que eu não era como as outras garotas.
- Eu estava pensando em ir para Neblin passar o feriado de sexta e quinta e o fim de semana lá. Todo mundo fala bastante daquela cidade e das riquezas naturais, e como eu vi que você e sua mãe conhecem bem. Certo?  - ele falou pausadamente – querem ir comigo?
- eu vou falar cm minha mãe.
-
- Entregue Mabi, vamos falar com sua mãe logo – Estávamos na frente de minha casa, ele abriu a porta do carro antes que eu pudesse fazer isso, ele sempre fazia aquilo, e eu me sentia como uma Rainha.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Eu aprendi acreditar no amor novamente

Capitulo 5



(Perguntas Sem Respostas)


A casa dele era cheia de quadros, com pinturas romanas, do século XX, não havia muita coisa, e as coisas que havia, maioria estava em caixas, mas a ja havia muitas coisas em seus lugares. Havia plantas, quadros, sofas, cortinas, tudo com muita personalidade, fiquei impressionada. A casa era de dois andares, pequena mas espaçosa para apenas uma pessoa, por que ele não escolheu uma casa menor? Essa dúvida me corroeu. As cores eram nude e branca, o piso de madeira, e a escada de marmoré.

- vamos para a cozinha – ele me assustou, interrompendo meus pensamentos, agora mais assustada por que ele estava bem perto de mim, como nunca tinha ficado seus olhos, sua boca, eu tinha certeza que eu teria o beijado se meu livro não tivesse caído. Subitamente nos afastamos – lendo Shakespeare? Qual romance?

- Romeu & Julieta, o Clássico. – sorri, ele me levou até a cozinha.

- então gosta de romances? – me olhou enquanto sentava na cadeira do balcão. Ele começou a revirar o seu armario.

- gosto dos clássicos, mas apenas dos bons.

- já leu Lengo? – clássico de romance do século XX.

- Sim, em quinze dias.

- perdeu! Eu li em 10 – ele riu, enquanto eu revirava os olhos, meu instinto competidor não era tão alto assim, muito menos meu ego.

Naquele espaço de tempo comemos o "jantar" que ele fez e conversamos sobre tudo, de religião até quais eram as melhores bandas dos anos 80, rimos, e chegou à hora de que não tínhamos mais assuntos – só o do coração.

Ele me perguntou, meio sem jeito, eu expliquei a história para ele.

- então não acredita mais no amor? – falou olhando para a TV.

- basicamente – também olhei para a TV, estava naqueles programas culinários estranhos. – apenas dei um tempo no coração, até ele merece descanso ás vezes

- você tem razão Mabi – ele desviou o olhar da TV que posou sobre mim.

- e você? Nunca teve namorada? Desculpa, não precisa responder se não quiser – ele olhou como se estivesse olhando para o além, eu o vi viajar no tempo, de repente ele sorriu maliciosamente e quando ia responder meu telefone tocou, era minha mãe, falei rápido com ela, e logo desliguei.

- ela disse que está no supermercado da esquina, deve estar chegando, acho melhor ir para casa.

- tudo bem, foi boa a nossa noite Mabi. Tchau!

- obrigada, tchau Neto! – fui para casa sem minha resposta.

-

- todo mundo viu você com o Neto mais cedo. – ela mal esperou eu atender.

- ah, oi? Tudo bem? Eu estou ótima, obrigada por perguntar e você? – falei ironicamente.

- eu estou curiosa, dar pra me dizer o que foi aquilo Mabi?

- nada.

- peixe! – ela Rebateu. Sabia como deixar minha bff curiosa e furiosa – Me diz, foi pra onde depois?

- você ganhou! Fui pra casa dele, a minha mãe não tava em casa – falei, com um sorriso – conversamos, rimos, descobri que ele cozinha bem, adora ler, a gente quase se beijou, ele é organizado, adora Leonardo Da Vinci, odeia cigarro e beber, adora Legião, Cazuza, Raul Seixas e os Guns.

- se beijaram? – ela fez um escândalo e parecia que só tinha ouvido essa parte.

- eu disse quase – eu acalmei-a.

- perfeito pra você, resumindo.

- não, só amizade. – tentei disfarçar.

- sei só não se machuca, ta? – ela falou como se fosse minha mãe e eu tivesse quatro aninhos.

- claro mamãe. – impliquei.

- filha, desliga esse telefone– gritou minha mãe.

- ta mãe!

- Isa, até amanhã, beijo.

- até amiga apaixonada.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Eu aprendi acreditar no amor novamente


CAPITULO 4

 

(Carona)                                                                                                                           

- Eu não acredito ! – Isa gritou comigo – você ainda conversa com esse idiota? Por que você deu bola para ele? Amiga, o Lupe é um idiota, esquece ele!
- só foi uma conversa Isa, para de coisa!
- ok, e o Neto? Tem andado falando com ele demais. Puxando o saco do estagiário, Mabi?
- eu não faço isso, eu só gosto do jeito dele, mas o olhar dele, eu não consigo encará-lo. – eu me lembrei da semana que havia passado cm ele, hoje já era quinta. Sei lá, ele não era um tosco, mas era um ótimo conselheiro, não que havia falado dos meus problemas para ele, mas pela as coisas que falava.
- o Neto é gato – fato – as professoras deliram com ele, mas dizem que ele é o maior galinha, que ele era estagiário de outra escola, mas acabou ficando cm duas garotas, ao mesmo tempo. – fiquei pasma, fiquei imaginando ele, aquele rosto suave com tamanha cafajestagem. – Tá, você já pode aterrissar.
- Rum. Vamos para a escola, é melhor.
-
A aula de literatura seria a próxima, fiquei pensando, do mesmo jeito não tenho nada haver com isso. Eu estava fechada para qualquer relacionamento, e também eu tava vendo cabelo em ovo, ele era apenas simpático comigo.
A aula foi ótima, mas eu não parava de pensar quando olhava para ele. Seus olhos tinham um enigma, eu o fitava cm uma dúvida, como? Por quê? A aula acabou e eu fui saindo, ele me segurou, delicadamente, pelo braço e eu me arrepiei – não pense besteira, ele era frio, lembra? - eu fiquei de frente com ele, ele era alto o bastante para me fazer recuar um passo e inclinar a cabeça, e para – tentar – encará-lo.
- você esta bem? Você andou meio distraída durante a aula, aconteceu algo? – sua boca era rosinha.
- ah não, só uma dor de cabeça – eu mentia tão bem – eu vou para casa.
- eu levo você – ele mostrou a chave do carro.
- não precisa – não acredito que aquilo estava acontecendo, um frio na minha barriga começou.
- não aceito não como resposta, você mora perto da minha casa, ao lado dizendo melhor. – ele sorriu, e suas covinhas apareceram.
- tudo bem – ele mora do lado da minha casa? Como não percebi isso. Ainda estava lá quando ele parou na porta e virou-se.
- vamos Mabi?
-
Dobramos na esquina da minha casa, e ele parou em frente a minha casa.
- pronto entregue – eu ainda observava o carro dele, um strada preto, com alguns CDs da minha banda favorita, Legião Urbana. Estávamos ouvindo “teatro de vampiro”.
Olhei para minha casa, e vi que não tinha ninguém.
- acho que não tem ninguém – peguei o celular enquanto meu livro caia. Liguei para minha mãe – alo? Mãe? Ta em casa? Estou com o professor Neto – desliguei o celular – ela foi para Neblin, ela chegará aqui ás 23 horas – Neblin era uma cidadezinha a 7 km da ali. Ele ainda estava cm o meu livro foliando, ele havia perdido a página que parei.
- ok, então, venha para minha casa – ta então, já chega disso né? Parecia que havia sido escrito.
- vou trocar de roupa. – disse meio sem acreditar no que estava acontecendo.
- eu espero – disse saindo do carro.
- vai demorar – sorri ironicamente.
- tempo é meu melhor amigo.


CAPITULO 3

 

(coincidência)

Segunda, como o fim de semana passou correndo, eu já havia até chegado à escola.
Encontrei com Isa, como ela era um ano mais velha, ela foi para o primeiro ano, e eu para a minha domada oitava serie. Fui para o meu lugar, mas havia uma bolsa lá. Eu tirei a bolsa e coloquei na mesa ao lado.
Fiquei tirando o esmalte da unha, até que ouvi duas pessoas vindas em minha direção, o diretor, e ele, o cara que derrubou suco em mim, ele? Como? Eu o fitei, ele com certeza não havia reconhecido-me, pois nem me olhou. Ele pegou a bolsa e sentou-se à carteira do professor, mexeu no computador, levantou – eu ainda estava pasma, sentada, franzi a testa.
- você é o professor?  - franzi o cenho e examinando-o ele tinha olhos claros cor de mel, cabelos andu lados preto-escuro, bagunçado, alto, 1,80 eu acho, pardo, tinha a bochecha rosinha, ele tinha cílios grandes, sobrancelha arrumadinha.
- estagiário, espera, eu conheço você, a garota da camiseta do Mickey, certo? Desculpa, por aquele dia, eu era novo, e tava meio perdido.
 - é sou eu, sinta se desculpado – sai de mau humor.
Ele começou a aula, eu sempre o encarando, como podia ter e chamado de grossa? Aahgr idiota!
- Bom Tarde primeiro de tudo, meu nome é Neto, tenho 22 anos, e sou estagiário na matéria de literatura.
Viva! Temos um tosco na sala!
- no primeiro horário quero que façam duas cartas, a primeira é sobre algo que queiram muito relacionados ao amor, ou qualquer outro sentimento positivo, já a outra sobre o que pensam sobre amor - eu adorei a idéia, então comecei “Eu acho que tudo isso é culpa do mundo e suas ações, relacionamento virou status para rede social...”
-
Ao final da aula, eu fiquei sentada na cadeira fitando-o ainda, ele estava digitando umas coisas, como ele parecia cm Renato Russo, os óculos, o jeito atrapalhado, mas os olhos era algo desafiador. Ele parou e me olhou por algum tempo.
 - algum problema? – ele levantou a sobrancelha.
- aah, não, só observando sua semelhança com Renato Russo. – rebati, me aproximando dele.
- todo mundo diz isso. – ele sorriu como se fosse um elogio.
- hum, desculpa por aquele dia.
- tudo bem, pensando bem você não é grossa. – ele me olhou como se tivesse visto uma criança, eu odiava aquilo.
- ok, mas cuidado quando andar de bicicleta por ai.
- tudo bem, qual seu nome?
- Maria Gabriella, mas me chama de Mabii, é Ma de Maria cm Bi de Gabi. – sorri.
- então ta Mabi. – ele levantou-se. – eu preciso ir para a outra sala, foi bom ter te conhecido.
- ta então.  – sutilmente ele pegou minha mão e a beijou, ele era gelado e pálido, tinha mãos macias como de bebe, ele sorriu, abriu covinhas em seu rosto, tão suave e piscou. Antes que pudesse retribuir, ele foi embora, me deixou ali sem reação alguma.

terça-feira, 5 de junho de 2012

Eu aprendi acreditar no amor novamente


CAPITULO 2 


(Fatos)

Naquele mesmo dia, Isa iria dormir na minha casa depois da aula – sempre fazíamos isso no primeiro ou último dia de aula, seja no começo ou meio do ano. Depois de jantarmos, fomos para o computador e começamos a conversar. Conversamos sobre tudo, as férias, o pequeno intercâmbio dela para a argentina, as novidades, olhamos fotos e até que chegou à hora de falar dele, do coração. Expliquei tudo para ela. Como imaginava, ela me interrompia xingando ele com nomes na língua dos vampiros – ela amava qualquer assunto sobre vampiros, ou mundo do além, eu não conseguia entender isso.
Ela disse que foi bom o que eu havia feito, eu disse que foi difícil, por que eu não a tinha por perto, ela pediu desculpas, e, continuamos.
- eu sei que você ainda gosta dele - disse ela, me encarando.
- claro que não, passou, eu sou uma nova pessoa – disse, tentando abrir um sorriso.
- é, mas não deixou de ser a minha amiga, que tem recaídas, eu sei disso, te conheço desde a 7ª serie – fato.
- eu sei Isa, mas estou tentando mudar, ser fria, assim como você.
- e ta sendo fácil?
- talvez – disse olhando pro computador.
- “talvez” é o que você diz para não tomar uma decisão errada. Você ainda gos...
- Chega! Acabou! Eu ainda gosto dele – eu a interrompi – mas agora eu sou fria, ele que sofra, eu já corri bastante atrás de quem sempre me ignorava.
- Você teve noticiais dele?
- não, também não quero saber, pouco me importa – mexi no celular, fingindo não me importar, mas acontece que aquele minuto queria estar com ele, briguei cm o meu coração.
Uma semana havia se passado, e eu não parava de pensar na minha conversa e de Isa. Eu dormi pensando nisso, e em tudo, mas deixa pra lá, essa hora ele deve ta muito longe da ali, em uma viagem com suas garotas para qualquer lugar.
-
Era manhã de sábado, amanheceu chovendo, a que ótimo, eu amo chuva e o frio. Minha mãe pediu para eu ir até a padaria e comprar o café da manhã, ótimo por que eu adorava caminhar, a chuva já havia parado e fazia sol, procurei meus fones e rumo á padaria.
Comprei tudo, voltando para casa eu ouvindo música – distraída –, um cara esbarra em mim e derruba todo o suco que eu segurava, na minha camiseta favorita - era do Mickey.
- Não olha por onde anda não? – furiosa.
- Desculpa, sou novo por aqui e ainda não me acostumei com as calçadas – ele começou a recolher minhas coisas, fiquei furiosa.
- Deixa isso! – peguei tudo, e fui embora.
 - Grossa! Eu pedi desculpas – a ele não havia dito aquilo.
- Tosco! Vai pedir pra sua avó! – sai, correndo, praticamente.

CAPITULO 1 

(Lembranças)

Eu não deveria voltar atrás, mas eu queria. Eu não devia chorar e muito menos passar horas e hora pensando em você. Fora todos os meus amigos e amigas (principalmente), apenas eu sabia que ele não valia o chiclete que mascava.As mensagens? 
Ah, as mensagens, eu tinha certeza que todas aquelas de “bom dia”, “boa tarde” ou “boa noite”, não foram enviadas com o intuito e que eu respondesse, mas é que você manda para seus contatos (garotas bobinhas assim como eu), eu respondia, mas com certeza você apenas olhava, ignorava e isso fazia meu coração doer.
Eu sabia que você era um cafajeste, mas eu queria ter uma história com você, é eu também não entendo por que isso. A nossa “química” era forte o bastante para pensar em você o dia todo, e querer não desistir só por lembrar-se das suas covinhas quando abria aquele sorriso lindo, contudo, também havia o cansaço de sofrer, passar noites na solidão do escuro. Eu não queria desistir.
Eu devia ser fria, mas como aquelas dietas que nunca dão certo, eu dizia da próxima vez faço isso. E é claro que não faria. Como possível? Você me fazer sofrer tanto?
Eu ficava ouvindo a discussão entre meu coração e minha cabeça, coração “ah, para de ser fria, todo mundo merece uma segunda chance... Às vezes um amor verdadeiro nasce das cinzas’, cabeça “eu faço o favor de jogar essas cinzas fora com uma boa vassoura. Você não ver que não existe, mas nada entre eles? Olha o que ele fez com ela”, coração “e se ela estiver perdendo o amor da vida dela? Já viu aqueles filmes que o garoto se arrependeu e começa a tratá-la melhor”, cabeça “ele primeiro tem que se arrepender e depois fazer por merecê-la”, enquanto isso eu ficava pensando, mas e a vontade de abraçá-lo, beijá-lo e (tentar) fazer-lo feliz? E eu queria ser fria, mas eu tinha um coração. Eram assim todo segundo de minutos, todo minuto de hora, todas as horas, todos os dias, todas as vezes que eu pensava em você, desde quando te conheci.
Eu não chorava por falta e lágrimas, mas a vontade não faltava. Ainda não sei o que fazer.
Mil e umas lembranças se passaram na minha cabeça enquanto lia aquela carta, eu no meu quarto escuro apenas a luz do computador iluminando minhas lagrimas, e eu escrevendo essa carta, que fiz para mim mesma, há uns quatro meses atrás quando eu amava um idiota, Luís Felipe, Lupe, para os íntimos.
No final daquela carta eu dizia ainda não saber o que fazer, pois ele queria voltar comigo, mas eu sabia que ele não merecia nada do amor que eu tinha para dá, mas eu (iludida) o amava. Após quinze dias depois dessa carta, eu voltei a encontrar com o Lupe, ele estava bêbado ao ponto de me chamar de mãe, então cai na real e seguir em frente. Consegui organizar meus pensamentos, e calar meu coração e ouvir minha cabeça, dei um fim naquela historia e comecei uma nova, mas só eu, comigo mesma.
 As férias do meio do ano haviam acabado, e tudo iria voltar ao normal. O bom, é que eu teria minha rotina de volta, me distrairia, e também por que o Lupe, não estudava na minha escola, ele tinha 18 - ia fazer 19 daqui a dois meses e uma semana. Sempre gostei de garotos mais velhos.
Cheguei à escola - cedo demais pra variar-, pois eu gostava de ir pra biblioteca, escutar música, e ler, adorava ler e escrever, frases, músicas, pensamentos aleatórios, tudo. Chegando a biblioteca, na mesinha onde sempre ficava, havia uma garota, era tão familiar quanto ao all star que usava as pontas do cabelo pintado de azul, o esmalte verde-militar na metade da unha, e o fone roxo – que vivia no volume mais alto – sempre escutando System of a  Down.
- Isa! – gritei o nome da minha melhor amiga (irmã), tive que ir até sua frente para ela perceber minha presença.
- eu sabia que você ira vir para cá – veio me abraçar e ela falou isso enquanto revirava os olhos e tirava o fone, Isa não gostava de biblioteca e não entendia por que eu gostava de ler – chega, chega, só foram quinzes dias – havia acabado de lembrar, que ela não gostava de demonstrações de afeto em publico, mas eu sabia que no final, ela havia sentido a minha falta.

De Dentro Pra Fora