sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Eu aprendi acreditar no amor novamente

Capitulo 15 (último capitulo)

 

 (Eu sei, eu sinto, você ainda está aqui)


Eu já tinha 19 anos. Um dia recebi uma ligação da mãe de Neto, pedindo para eu ir á sua casa. Minutos depois eu estava lá.
- oi querida, como passa?
- eu estou... – suspirei e soltei o ar pela boca.
- entendo – ela me olhou com pena – eu estou bem, já meu marido, ainda não superou, mas enfim, esses dias eu estava arrumando o quarto de Renato e achei isto.
Eram umas cartas, um pacote e um caderno.
- são cartas? – ela me entregou tudo.
- é, lembra-se do dia, que você foi a sua casa pegar uma roupa e eu fiquei no hospital com Neto. Ele escreveu uma carta e pediu para lhe entregar, após sua morte, como eu tinha a esperança de sua cura, guardei-as no quarto dele e esqueci. Agora eu a encontre.
- eu posso ir ao lago?
- sinta-se em casa.
Cheguei ao lago entrei na canoa e comecei a ler as cartas.
“Oi meu amor, essa hora eu não estou mais com você fisicamente, mas estou ao seu lado, eu sei que você pode sentir a minha presença. Eu vou te contar uma historia sobre o meu amor por você. O meu amor por você não nasceu em Neblin, naquele fim de semana, mas muito antes. Quando você tinha uns 12 anos estava para completar 13 – veja as fotos...”- havia fotos dentro do pacote, e sim, era eu. Eu estava perplexa. “... Eu vi você e me apaixonei por você. Você sempre foi linda, o seu sorriso, seu cheiro, seu jeito atrapalhada e nervosa. No tempo eu estudava na mesma escola que você, um ano depois eu acabei os estudos, engressei – você tinha 13 anos e eu 20 para completar 21 ao mesmo período descobri a minha doença, o médico disse, que eu teria apenas um ano e meio de vida, ele disse que eu deveria correr atrás dos meus sonhos e fazer tudo que eu sempre quis. Eu fiquei pensando por uma semana, e decidi te ter. Pra isso descobri onde você morava, mas tive uma enorme decepção, tive vontade de desistir de tudo, mas segui em frente, pois você estava namorando com o Luís Felipe. Desculpe pela camiseta do Mickey, todos os vestidos que te dei foi para pagar a camiseta, eu sei o quanto ela era importante para você. Eu sofri quando você disse que não acreditava no amor, espero ter feito você acreditar. Todos os nossos momentos foram ótimos, obrigada, obrigada mesmo. Agora sabe por que lá no cinema eu te pedi para ficar comigo até os últimos dias de minha vida? Pois eu já sabia da doença. Eu amo você. Eu queria pedir um favor, quando terminar de ler essa carta, vá a Neblin, lembra da tarde que eu perguntei por que não se entregava, e depois sai? Vai saber onde eu estive, vá à joalheria Lembrança, ai em baixo tem o endereço. O dia em que passei no lago com você, foi um dia feliz. Desculpe feito você se apaixonar por mim, te magoar nunca foi a minha intenção, não chore. Peço a você que quando se sentir sozinha, leia esta carta, também pode olhar pro céu, sendo noite ou dia, o sol será meu corpo te aquecendo, o vento e a chuva o meu cheiro, a brisa o meu sorriso para você, então saberá quando eu estiver perto de você. Obrigada por ter ficado comigo. Amo você pra sempre e vai ser pra sempre, até o fim, enquanto minha alma viver, aqui ou onde eu estiver o nosso amor vai ser belo e infinito.
Neto, com amor”
Eu chorei bastante, sai da ali, e fui para Neblin, na joalheria, falei com o moço e ele me deu uma aliança com uma carta.
 “Eu sei que você iria vir, quer se casar comigo?”. Coloquei a aliança no dedo e comecei a ler novamente. “Desculpe não estar ai para colocar a aliança em seu dedo e nem fazer a cerimônia que você merece – com amor Renato, ou Neto como preferir”
Semanas depois daquela tarde, fui ao seu túmulo – primeira vez que tive coragem, após sua morte. Limpei sua foto, e no tumulo havia escrito “Aqui jaz Renato Manfredini Neto, que espera ter feito-a acreditar no amor novamente”
Eu chorei, não havia chorado quando o pedir, mas agora, com a dor no peito eu pude sentir. Eu o quis com toda a força do mundo ter ele aqui comigo. Eu me lembrei de tudo, peguei seu diário que sempre andava comigo e comecei ler, ali mesmo, ao lado de seu túmulo, “15 de Junho _ hoje ela iniciou um blog...”, peguei outro diário “21 de Janeiro _ Hoje ela começou a namorar com um garoto...”, "07 de Junho_ Hoje eu esbarrei com ela...”, virei mais outras paginas 09 de Junho “hoje eu dei aula para ela...” e ao lado tinha a minha carta do primeiro dia que ele deu aula na minha ex-classe, eu a li e vi que nela tinha escrito tudo que ele havia feito comigo, o passeio a Neblin, o cinema, o lago, as músicas, os vestidos, a festa de 15 anos. Eu sentia no peito uma dor enorme, e de repente bateu um vento forte, que enxugaram minhas lagrimas, e eu podia jurar que fosse o meu amor.
-
Passou se um ano, eu não esqueci Neto, entrei para a faculdade, fiz Literatura, dois anos depois adotei uma garotinha, Neto sempre quis uma garota, e que o nome dela fosse Dulce. Após vinte anos eu disse a história minha e de Neto, ela chorou, e me disse que eu fui uma guerreira do amor. Eu nunca me casei, eu já estava casada. E essa foi minha vida. Eu nunca perdi o amor de minha vida, Neto sempre esteve por perto. Eu visitei o lago outras vezes, comprei a casa – ao lado da casa de meus pais – onde ele morava. Lupe? Nunca mais ouvi falar dele. Dulce casou-se a três meses, linda.
Fomos um casal, mesmo de longe, estava presente. Nunca deixei de ler a carta, nunca me senti sozinha, precisei olhar pro céu varias noites, de dia o sol me aqueceu, o vento e a chuva sempre fizeram questão de lembrar como o teu cheiro é bom, a brisa me lembrou o teu sorriso, as tuas covinhas. Eu sei, eu sinto, você ainda está aqui.
Mas de tudo isso, eu só queria dizer “obrigada, pois eu aprendi acreditar no amor novamente”.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Eu aprendi acreditar no amor novamente

CAPITULO 14 

 

( Meu Mundo Se Foi)



Havia se passado meses, e Neto só piorava. Havia ido ao médico algumas vezes, e ficado internado alguns dias, e depois voltava para casa. Era cansativo para nos dois, mas ele sempre estava feliz, eu não entendia o porquê, mas gostava daquilo. Ele havia me dado um cachorrinho – um labrador pena por que eu não tinha muito tempo para cuidar do pequenino – estava ocupada demais tentando salvar o amor da minha vida.
A cada dia eu me apaixonava mais ainda por Neto, tentava não pensar que iria perdê-lo como ele mesmo havia me pedido. Fazíamos programas, saímos para jantar, íamos para a orla, voltamos a Neblin, mas naquele dia estávamos próximo o lago de sua casa.
- o que mais não sei sobre você? – estávamos em um balanço de uma árvore olhando o mar.
- meus pais são donos do cinema de Neblin.
- então você conhece a cidade e me enganou? – ele riu, continuei seria.
- não amor, eu não conheço a cidade, eu juro – ele nem precisava jurar, eu acreditava nele só pelo seu olhar.
- o que mais?
- acho que só – rimos. – posso te pedir uma coisa? – confirmei com a cabeça. Ficamos em silêncio por alguns longos segundos.
- quando eu for embora – ele falou com uma voz tremula olhando fixamente para o lago – quero que você continue sua vida, e finja que isso foi só uma fase, sabe? Eu quero que se apaixone por outra pessoa, se case, construa uma vida – eu examinei seu rosto, esperando que fosse uma brincadeira aquilo.
- não, nunca! – dei de ombros.
- eu quero.
- não me peça isso. Por favor!
- você consegue.
- nem por um milhão de anos.
- eu quero também que quando eu for embora – ele não pronunciava a palavra “morrer” ou “falecer”, pois sabia o quanto era difícil para ambos – não tentem me reanimar.
- isso é um absurdo Renato – fiz uma pausa – não posso te perder.
- amo você! – ele colocou sua mão gelada em meu rosto e eu beijei sua palma.
- eu também te amo.
 - eu trouxe o violão, vamos tocar a nossa música para a tristeza ir embora– era a música mais “Para lamas do Sucesso / aonde quer que eu vá”
Algumas semanas depois Neto foi internado e eu passei – praticamente – morar no hospital. Ele por sua vez, perdeu um quarto de seu peso, estava cada vez mais pálido e agora apenas dormia, cada vez aumentava a sua hora de sono, ele começou dormindo 3 horas, e hoje dorme metade do dia se deixar, ele quase não come, vive tossindo e fala pouco, e quando fala, fala com dificuldade.
- não queria que você me visse assim – tossia a cada 3 palavras.
- na saúde e na doença, lembra?
- lembro – ele riu, vi suas covinhas e tive a sensação de que seria a ultima vez.
- amo você, e pra sempre vou amar – beijei-o e abracei.
- eu também te amo, e vai ser pra sempre, até o fim, enquanto minha alma viver, aqui ou onde eu estiver o nosso amor vai ser algo belo e infinito. Você foi à pessoa que marcou na minha vida, que me ensinou a amar, que completa o meu sorriso. Você é linda Maria Gabriella, você é perfeita na medida certa para mim, preciso de você, Deus foi bondoso, casa comigo? Eu vou te amar de longe, aonde quer que eu vá, levo você no olhar, sua voz é a melhor melodia que já ouvi, foi bom enquanto durou, durou pouco, mas foi perfeito, obrigada, minha Mabi, obrigada minha mulher, vida. Você é uma princesa, uma rainha, se cuida, eu amo você e pra sempre vou te amar, por toda minha vida. – ele terminou com um beijo, esse foi longo, como de cinemas, logo depois ele me abraçou e senti uma lágrima, eu não podia apertá-lo, então fiz o máximo possível. Depois de alguns minutos não senti a mesma força, o ajeitei na cama, e beijei-o. Renato faleceu ali mesmo, em meus braços.
-
 O funeral aconteceu um tempo depois, resolvi ficar de longe, não tive coragem de me aproximar.
Eu não chorei, por nenhum dia, na verdade nos primeiros meses entrei em uma básica depressão.
Semanas, meses, anos passaram-se depois do funeral.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Eu aprendi acreditar no amor novamente

CAPITULO 13 


(P E R F E I T O)




Estava em seu quarto, aproveitei e revirei tudo, mas sempre arrumando. Ele tinha papeis e mais papeis fotos, eu vi algumas fotos rasgadas, vi uma foto dele com uma garota e atrás estava escrito “que seja eterno enquanto dure”, deixei pra lá, ele me amava agora. O guarda roupa dele era arrumado: camisas com camisas, calças com calças, sapatos com sapatos. Abri uma gaveta com muitas maquinas fotográficas – semi-profissionais e profissionais.
Nenhuma das câmeras tinha nenhuma foto. Tirei uma foto minha.
- deve ter ficado linda. – ele falou, me assustando. Virei e ele estava na porta do quarto encostado com um vestido nas mãos.
- você me assustou, sabia? – dei um tapinha em seu ombro e ele me inclinou para beijá-lo.
- aonde foi?
- na sua casa – ele pegou uma mochila, lá havia umas roupas minha, calcinhas, e sutiãs, eu rir pensando como ele havia pegado minhas peças intimas, ele me olhou percebendo e fez cara de bravo – sua mãe que pegou as roupas pra você tá? Eu avisei a ela, que você iria dormir aqui. Aqui é um presente para você – mais um vestido.
- obrigada, mas não precisava, eu tenho outros vestidos, mesmo que maioria deles foi você que deu.
- a outra parte da maioria não foi né? Então... – eu rir.
- vista, vamos sair.
- aonde vamos?
- tem que parar com essa mania, de querer saber de tudo – saiu do quarto, com um sorriso irônico.
-
Eu consegui me arrumar – estava com um delineador de gatinho, pó, batom rosinha -, vesti o vestido preto. Eu desci as escadas, Neto e sua família estavam me esperando. Ele sorriu ao vê- - me descendo.
- está linda – dona Juliana veio me abraçar.
- ela está radiante – seu pai disse, olhando para Neto.
- vamos? Antes que meus pais te deixem vermelha.
-
Chegamos a um restaurante, comemos, bebemos – ele me ensinou a beber, eu pedi que ele me ensinasse. Fomos para a orla. Deitamos no gramado e ficamos apreciando a beleza das estrelas e da Lua.
- vamos pra casa?
- claro.
-
Chegamos a sua casa fomos para o seu quarto, ele trancou a porta.
- vem cá.

sábado, 11 de agosto de 2012

Eu aprendi acreditar no amor novamente


CAPITULO 12 


 

(Neto, o nosso amor e eu)




A mãe de Renato – Neto – me mostrou todas as fotos deles enquanto Neto e seu pai conversavam. Depois de um tempo Neto me chamou e fomos até seu quarto, no segundo andar. Seu quarto era azul com branco.
Entrei no quarto, prestei atenção em cada detalhe curiosamente.
- bom, estar arrumado não é? – eu disse e depois nos rimos. Ele me beijou e me girou e colocou suas mãos em minha barriga, e me abraçou de costas. Ele me levou até sua janela, tinha um lago no final do “jardim”.
- quer ir lá? – apontou para o lago. Respondi com a cabeça.
 Ele pegou  violão e fomos andando, pelo enorme jardim que parecia 15 campos de futebol, às vezes parávamos por que Neto se cansava.
- por que não me contou do seu nome?
- achei que não fosse tão importante assim.
- verdade, importante é o nosso amor. –havíamos chegado ao lago, perto era tão bonito quanto do quarto de Neto.
- entre – ele puxou uma canoa, eu entrei e ele me deu o violão empurrou o barco e pulou para dentro com a ajuda do remo. – gostou?

- amei – beijei-o com medo de cair do barco.
- você esta com medo – ele riu, já estava com saudades de suas covinhas – você não vai cair e se cair, eu te seguro. Sempre.
- eu também te seguro.
- que música quer que eu toque? Sou um péssimo cantor.
- se você herdou do seu tio-tataravô o talento, acho que não, escolhe uma, eu deixo. – ele riu do comentário.
- Ok, “Talking to the Moon”, mas você também tem que cantar.
- Ok. – ele começou os acordes.

- “I know you’re somewhere out there
somewhere far away…”
Quando terminamos a musica pensei “Neto canta tão bem”.

- Minha namorada é uma cantora. – eu rir da situação.
- mais uma? Legião agora?
- Mônica e Eduardo. – ele começou – “quem ira dizer que existe razão pra coisas feitas pelo coração”

- e quem era dizer que não existe razão?...”
Logo depois cantamos pais e filhos, é preciso amar, Sutilmente – Skank. Pra Você Guardei O Amor – Nando Reis e por fim De Janeiro á Janeiro. Passamos a tarde tocando – ele quer dizer – e cantando. Eu não podia negar, eu amava, havia me apaixonado por Neto, mesmo ele não querendo.
- vamos ficar aqui – estávamos voltando pelo “jardim” – não quero que você veja mais fotos minhas. – eu rir enquanto deitávamos no gramado. – estou falando serio – tentei segurar o riso, não consegui.
- desculpa amor, você é lindo desde pequeno.  – era final de tarde, e havia pôr-do-sol.
- Naquele tempo, por que agora, estou doente.
- eu me apaixonei pelo seu coração e não pela sua beleza.
- meu amor eu estou doente.
- mas você vai se recuperar não é? – ele continuou calado – não é? – repeti meu Deus, ele não estar respondendo.
- o médico disse – sua voz estava tremula, ele fez uma pausa, senti a lagrima escorrendo sobre a minha face – que as chances são muito, muito pequenas, e que eu deveria aproveitar meus últimos dias – nós caímos no choro, levantei, coloquei as mãos na cabeça, eu o fitei em meio às lágrimas, mas corri para abraçá-lo ainda ali no chão.
- não me deixe – sussurrei enquanto abraçava-o – por favor, eu te peço – percebi que ele também estava em lágrimas – eu preciso de você.
- é por isso que não queria que se apaixonasse por mim, eu pedi pra você – gritou, me soltou encarou-me.
- eu não consegui evitar, eu amo você, desculpa, não sabia que não podia – comecei a chorar novamente, me senti culpada por tudo aquilo – então por que se aproximou de mim?
- desculpa, não chora, eu ainda estou aqui, e não quero levar uma imagem sua assim. – tive a impressão de que havia se arrependido do que falou, pegou meu rosto, tão pequeno entre suas mãos e beijou minha testa – vem aqui, deixa eu te abraçar novamente – eu estava soluçando, ele cheirou meu cabelo, me deitei em seu peito, eu parecia uma criança, ele alinhou meu cabelo desengrinaldo. – shiii, não precisa disso, eu vou ser seu, longe ou perto, no escuro ou no claro, no alto ou no baixo, no frio ou no calor, na doença e na pobreza, até que a morte nos separe – ele sussurrou.
- eu quero uma coisa essa noite.
- te dou tudo.
- quero perder minha virgindade com você.
- não posso fazer isso – ele me levantou.
- você disse que me dar tudo – eu o fitei.
- menos isso, você é nova, menor de idade. – eu fiz uma carinha.
- pelo nosso amor, uma vez o Lupe pediu para eu perder com ele, mas eu disse “não, eu quero perder com o cara certo” depois disso brigamos e terminamos.
- hum, e até onde eu entendi, sou o cara certo?
- aham
- vão dizer que eu me aproveitei de você como das outras.
- já tirou virgindade de outras garotas?
- não, e por isso elas disseram que eu fiz isso, pra todo mundo e a escola me expulsou – agora a história de Isa, fazia sentido.
- mas eu prometo que não falo nada.
- Só pra Isa, por via das dúvidas – nos rimos – eu vou ali então. Enquanto você fica no meu quarto.
- aonde vai?
- surprise! Pro meu quarto, senhorita Mabi. – eu rir. Ele pegou seu violão, me abraçou e fomos rumo a casa.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Eu aprendi acreditar no amor novamente


Capitulo 11 

 

 (Renato?)

 

- preciso que me leve em um lugar – Neto falou para mim.
- claro amor.
Ele me ensinou a dirigir.
Fomos até uma casa umas quatro quadras após a nossa quadra.
- sou eu.
Neto falou com o porteiro. Entramos. A casa era de luxo, azul com nude e branco, muitas e muitas flores, era grande, e tinha um belo campo ao lado.
- fique aqui. – ele me deixou na sala. Minutos depois entrou com uma senhora.
- Ô, é ela? Que linda. Tudo bem querida? Sou a senhora Manfredini, mas me chame de dona Juliana – reconheci na hora o sobrenome, era de Renato Russo.
- a senhora é da família de Renato Russo? Desculpa. Eu sou a Maria Gabriela, estou bem e a senhora? Neto me falou muito da senhora – ela riu do meu jeito e me abraçou.
- você é linda – corei – e sim, sou da família dele, ele é meu tio-bisavó.
- que legal, vem cá, vou te contar mais dele, - ela olhou para Neto – Renato vá chamar seu pai. – espera ai ouvi direito? Renato? Eu rir.
Ele subiu.
- Renato? – olhei para ela.
- ele não te contou o nome dele é Renato Manfredini Neto. – pensei. Na verdade nunca tive curiosidade em saber.
De repente o pai de Renato surgiu ao alto da escada de Mamoré – ele era um senhor idoso, pardo, olhos cor de mel, bigode, cabelos brancos – assim como de dona Juliana, baixo, usava óculos.
- oi moça linda, tudo bem? – ele tinha uma voz rouca.
- tudo e com senhor?
- também, meu nome é Edwin.
- meu nome é Mari...
- nos já sabemos – ele olhou para dona Juliana e sorriu, dona Juliana acenou com a cabeça – Renato não para de falar de você, o quanto é bela, inteligente, meiga – Neto corou – e ele tem razão – dessa vez foi eu que corei.
A senhora Manfredini mostrou-me muitas fotos dele, desde que nasceu.
- olha essa! – ele estava tomando banho. Eu rir muito.
- mamãe! – falou Neto, totalmente corado.
Mostrou-me textos que escrevia, seus desenhos, lembrancinhas, tufos de cabelo, o “Livro do bebe”, cd’s.

De Dentro Pra Fora