CAPITULO 12
(Neto, o nosso amor e eu)
A mãe de Renato – Neto – me mostrou todas as
fotos deles enquanto Neto e seu pai conversavam. Depois de um tempo Neto me
chamou e fomos até seu quarto, no segundo andar. Seu quarto era azul com
branco.
Entrei no quarto, prestei atenção em cada
detalhe curiosamente.
- bom, estar arrumado não é? – eu disse e
depois nos rimos. Ele me beijou e me girou e colocou suas mãos em minha barriga,
e me abraçou de costas. Ele me levou até sua janela, tinha um lago no final do
“jardim”.
- quer ir lá? – apontou para o lago. Respondi
com a cabeça.
Ele
pegou violão e fomos andando, pelo
enorme jardim que parecia 15 campos de futebol, às vezes parávamos por que Neto
se cansava.
- por que não me contou do seu nome?
- achei que não fosse tão importante assim.
- verdade, importante é o nosso amor.
–havíamos chegado ao lago, perto era tão bonito quanto do quarto de Neto.
- entre – ele puxou uma canoa, eu entrei e
ele me deu o violão empurrou o barco e pulou para dentro com a ajuda do remo. –
gostou?
- amei – beijei-o com medo de cair do barco.
- você esta com medo – ele riu, já estava com
saudades de suas covinhas – você não vai cair e se cair, eu te seguro. Sempre.
- eu também te seguro.
- que música quer que eu toque? Sou um péssimo
cantor.
- se você herdou do seu tio-tataravô o
talento, acho que não, escolhe uma, eu deixo. – ele riu do comentário.
- Ok, “Talking to the Moon”, mas você também
tem que cantar.
- Ok. – ele começou os acordes.
- “I know
you’re somewhere out there
somewhere far away…”
somewhere far away…”
Quando terminamos a musica pensei “Neto canta tão bem”.
- Minha namorada é uma cantora. – eu rir da situação.
- mais uma? Legião agora?
- Mônica e Eduardo. – ele começou – “quem ira dizer que
existe razão pra coisas feitas pelo coração”
- e quem era dizer que não existe razão?...”
Logo depois cantamos pais e filhos, é preciso amar,
Sutilmente – Skank. Pra Você Guardei O Amor – Nando Reis e por fim De Janeiro á
Janeiro. Passamos a tarde tocando – ele quer dizer – e cantando. Eu não podia
negar, eu amava, havia me apaixonado por Neto, mesmo ele não querendo.
- vamos ficar aqui – estávamos voltando pelo “jardim” – não
quero que você veja mais fotos minhas. – eu rir enquanto deitávamos no gramado.
– estou falando serio – tentei segurar o riso, não consegui.
- desculpa amor, você é lindo desde pequeno. – era final de tarde, e havia pôr-do-sol.
- Naquele tempo, por que agora, estou doente.
- eu me apaixonei pelo seu coração e não pela sua beleza.
- meu amor eu estou doente.
- mas você vai se recuperar não é? – ele continuou calado –
não é? – repeti meu Deus, ele não estar respondendo.
- o médico disse – sua voz estava tremula, ele fez uma
pausa, senti a lagrima escorrendo sobre a minha face – que as chances são
muito, muito pequenas, e que eu deveria aproveitar meus últimos dias – nós
caímos no choro, levantei, coloquei as mãos na cabeça, eu o fitei em meio às
lágrimas, mas corri para abraçá-lo ainda ali no chão.
- não me deixe – sussurrei enquanto abraçava-o – por favor,
eu te peço – percebi que ele também estava em lágrimas – eu preciso de você.
- é por isso que não queria que se apaixonasse por mim, eu
pedi pra você – gritou, me soltou encarou-me.
- eu não consegui evitar, eu amo você, desculpa, não sabia
que não podia – comecei a chorar novamente, me senti culpada por tudo aquilo –
então por que se aproximou de mim?
- desculpa, não chora, eu ainda estou aqui, e não quero
levar uma imagem sua assim. – tive a impressão de que havia se arrependido do
que falou, pegou meu rosto, tão pequeno entre suas mãos e beijou minha testa –
vem aqui, deixa eu te abraçar novamente – eu estava soluçando, ele cheirou meu
cabelo, me deitei em seu peito, eu parecia uma criança, ele alinhou meu cabelo
desengrinaldo. – shiii, não precisa disso, eu vou ser seu, longe ou perto, no
escuro ou no claro, no alto ou no baixo, no frio ou no calor, na doença e na
pobreza, até que a morte nos separe – ele sussurrou.
- eu quero uma coisa essa noite.
- te dou tudo.
- quero perder minha virgindade com você.
- não posso fazer isso – ele me levantou.
- você disse que me dar tudo – eu o fitei.
- menos isso, você é nova, menor de idade. –
eu fiz uma carinha.
- pelo nosso amor, uma vez o Lupe pediu para
eu perder com ele, mas eu disse “não, eu quero perder com o cara certo” depois
disso brigamos e terminamos.
- hum, e até onde eu entendi, sou o cara
certo?
- aham
- vão dizer que eu me aproveitei de você como
das outras.
- já tirou virgindade de outras garotas?
- não, e por isso elas disseram que eu fiz
isso, pra todo mundo e a escola me expulsou – agora a história de Isa, fazia
sentido.
- mas eu prometo que não falo nada.
- Só pra Isa, por via das dúvidas – nos rimos
– eu vou ali então. Enquanto você fica no meu quarto.
- aonde vai?
- surprise! Pro meu quarto, senhorita Mabi. –
eu rir. Ele pegou seu violão, me abraçou e fomos rumo a casa.
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